By 1966, Radio in São Paulo was highly multi-cultural. Due to the 1963-1964 'invasion' of Italian pop music plus the advancent of Brazilian pop music (called by its acronym MPB) and Brazilian rock which went by the quaint name of 'ié-ié-ié' aka Jovem Guarda, radio shows were more and more varied.
TV Tupi, Channel 4, started beaming on Wednesday nights, a compound of 'Studio Uno', the Italian top variety show compered by Mina and the German Kessler Twins. TV Tupi also showed American TV 'Shindig' on Saturday evenings.
Out of the blue, São Paulo's Journalist Union entered a plea with the Judiciary to ban all foreign musical shows due to their unfair competion with the local product. By the end of 1966, all foreign musical TV or radio shows were utterly banned.
Here's a list of the most played hits on Alberto Moravi's 'Discômetro Mundial' on Radio Tupi, the most popular radio station then. As Moravi hardly spoke Portuguese, his programme ended up being banned for the same reasons the TV shows were lifted from the air: unfair competition with the local productions. In Moravi's case the production was done in São Paulo, but they claimed he was a 'foreigner taking away Brazilian jobs'.
'Discômetro Mundial' was such a fantastic show from 9:00 to 10:00 AM. DJ Alberto Moravi played his private 45 rpm collection he had been sent from Europe and USA. He would play Rita Pavone singing in German (Peppino aus Torino), Roberto Carlos in Spanish (Mi cacharrito), Cliff Richards in Spanish (Maria Nomás), The Beatles in German (Kom gib mir deine Hand) and the latest hits by Trini Lopez, Richard Anthony etc. that were not released in the country yet.
Radio America belonged to Radio Bandeirantes and as the management realized the growth of the youth oriented market they launched a new programming based on the Top-40 US radio stations aimed at that youth market: young DJs João Paulo de Andrade, Ferreira Martins and Jorge Helau filled the 12:00 noon to 6:00 PM slot. 'Intervalo' November 1966.
Radio America belonged to Radio Bandeirantes and as the management realized the growth of the youth oriented market they launched a new programming based on the Top-40 US radio stations aimed at that youth market: young DJs João Paulo de Andrade, Ferreira Martins and Jorge Helau filled the 12:00 noon to 6:00 PM slot. 'Intervalo' November 1966.
'Discômetro Mundial', da Radio Tupi, 2a. a 6a. das 9:00 às 10:00 hs.
Marcia Sedaka enviou-me pelo WhatsApp em 19 July 2022, o video de 'Okay, okay', a versão alemã de 'La partita di pallone'. Ela mostrou-se surpresa da italianinha cantar em alemão. Eu respondi: Rita Pavone gravou algumas boas músicas em alemão; vou te mandar minhas 2 favoritas, que são 'Bye bye blue Jeans' e 'Peppino aus Torino', lados A & B de um 45 rpm de 1964, que chegou a tocar aqui no rádio de São Paulo.
Rita gravou em alemão logo no início da sua carreira, antes mesmo de gravar in English; isso pois seu empresário falava alemão. Ferruccio Ricordi (Teddy Reno) nasceu em Triestre. Seu pai, Giorgio Merk, industrialista, seguramente falava a língua de Goethe e a mãe, sendo judia, possivelmente falasse o Yidische ou mesmo o alemão. Talvez a família usasse alemão domésticamente e Ferruccio cresceu bi-lingue.
É interessante como essas famílias bi ou tri-lingues acabavam passando conhecimento de mais de uma lingua aos seus filhos. Eydie Gorme cantava espanhol sem sotaque pois a mãe (Sedaka) judia Sephardita (originalmente da Turquia) falava o Ladino (espanhol). Já, seu primo Neil Sedaka, cuja mãe era judia Askenasi ensinou Yidische ao filho.
'Peppino aus Torino' (Zézinho de Turin) foi escrita por Heinz Buchholz & Günter Loose especialmente pra ela. Começa com Frankie boy (Sinatra) telefonando de Hollywood e die Beatles a convidando para ser o 5o membro. Cassius Clay, Maurice Chevalier, Charles Chaplin e Elvis Presley são fãs da mocinha, mas o Zezinho de Turin, de quem ela realmente gosta, não está nem aí.
Doris Castro: Lu, em qual emissora de rádio que você ouvia a Rita cantando em alemão? Depois de 1964, passado o 'furacão Pavone', eu só lembro de ouvi-la na Rádio Cultura, cantando "Questo nostro amore" e nada mais. Só vim saber que ela havia gravado em alemão quando conheci o Fábio, em 1987.
Rita em alemão, espanhol e inglês tocava na Radio Tupi de São Paulo, que tinha em Helio Ribeiro seu diretor artístico, tendo ele revolucionado a maneira de se fazer 'Top 40 radio'. Havia um programa diário, das 9:00 às 10:00 chamado 'Discômetro Mundial', apresentado por um DJ uruguayo (ou argentino?) chamado Alberto Moraví, no qual ele tocava sua coleção particular de 45 rpms que ele renovava constantemente recebendo novas remessas da Europa. Esse programa durou uns 6 meses, mais ou menos.
A Silvia Jentsch também o escutava (antes de eu conhecê-la). Ela conseguiu a peripécia de gravar a voz do DJ no momento em que ele anunciava 'Bye bye blue Jeans' requisitada por ela (não me lembro se por telefone ou correio). Não posso precisar as datas da duração desse programa, mas acho que foi no início de 1966, no auge da 'Jovem Guarda' (que começara em 22 Agosto 1965).
Alberto Moraví falava em espanhol, pois não sabia falar português. Foi na mesma época que a TV Tupi apresentava 'Studio Uno' nas noites de quarta-feira. Acho que cheguei a faltar das aulas de ginásio para ver aquela maravilha.
Alberto Maraví sempre traduzia os títulos das músicas da Rita ('Adiós, pantalones azules' era 'Bye bye blue Jeans') e de outros artitas cantando em línguas diferentes. Cliff Richard em espanhol, Brenda Lee em alemão, Die Beatles em alemão - tocava as duas que eles gravaram em deustche: 'Sie liebe dich' e 'Komm gib mir die Hand'. O programa era sensacional.
No entanto, uma manhã, liguei o radio e não tinha mais! Mais tarde fiquei sabendo pela revista 'Melodias', que o Sindicato dos Jornalistas e Locutores do Estado de S.Paulo tinha entrado com uma liminar na Justiça para proibir que estrangeiros tirassem emprego de brasileiros.
Alberto Moraví perdeu seu emprego... nós perdemos nossa alegria. 'Studio Uno' foi proibido na TV também. Não sei como a TV Excelsior conseguiu exibir 'Stasera Rita' em 1967 (eu só vim a saber muitos anos depois)... já que havia uma proibição oficial contra apresentações desses programas.
Alberto Moravi tocava muito as Gêmeas Kessler também, que estavam no auge com 'La notte è piccola' (muito sucesso no Sumaré)... tanto que a RGE lançou esse compacto, mas a Fermata bobeou e não lançou 'Un anno d'amore', a música mais bonita que Mina cantava em 'Studio Uno 65'.
1966 foi um ano ótimo para fãs de Rita Pavone, pois as revistas italianas para jovens começaram a aparecer por aqui; a gente não ouvia a Rita nas rádios, mas via suas fotos e podia ler até uma coluna semanal dela na 'Giovani'.1966, foi o ano que vc visitou Buenos Aires, não? 1967 ainda foi bom... até 'Questo nostro amore'... depois, no final, degringolou.
Doris Castro: Fantásticas estas tuas recordações, Lu!
Eu escutava rádio diariamente das 8:00 da manhã até às 17:30; com intervalo entre meio-dia e 14:00, pois ia almoçar em casa, na Vila Madalena. Eu trabalhava no Laboratório Universal, na Teodoro Sampaio, 2112, na esquina com rua Simão Alvares. Passei 7 anos nessa rotina. É justamente por isso que eu posso dizer que acompanhei musicalmente a década de 60 inteira.
Alberto Moraví gostava muito do Trini Lopez...tocava "We'll sing in the sunshine" como "fundo musical"...ele era um entusiasta musical; "Maria Nomás" com Cliff Richard era um "must" também. 'Whipped cream', com Herb Alpert, traduzida como "Crema batida" tocava do começo ao fim do programa.
"Pido paz" (Just once more) tocava diariamente; "Te imploro amor" (Remember me) as vezes...tocou "Corazon" pelo menos 1 vez.
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